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Halo 4


Acabou a espera, os fãs de Halo 4 podem respirar aliviados. Hoje é o lançamento mundial do jogo.

Totalmente em português, a continuação da saga traz o retorno de Master Chief em sua missão de enfrentar o destino e encarar um mal antigo que ameaça a vida de todo o universo.

Com gráficos incríveis e som impressionante, prepare-se para uma nova aventura épica!

"Acorde, Master Chief. Eu preciso de você", diz Cortana nos momentos iniciais de "Halo 4", em referência direta ao final de "Halo 3", em 2007. "Halo 4" marca o começo de uma nova saga no universo de ficção-científica criado pela Bungie em "Combat Evolved" e ampliado por vários livros, quadrinhos, desenhos animados e claro, pelos jogos seguintes.

Ao mesmo tempo em que uma nova ameaça cósmica paira sobre a humanidade, na forma dos alienígenas Prometheans, o enredo coloca uma lente de aumento na relação entre Master Chief e Cortana, a bela Inteligência Artificial que acompanha o grandalhão desde o primeiro game.

Cortana está próxima do fim de sua vida e uma das missões de Master Chief é levar a pequena IA de volta para a Terra, para tentar salvá-la. No caminho, o herói precisará salvar o planeta - afinal, isso é um "Halo" - e descobrir mais sobre quem ou o que ele é.

Master Chief sempre foi um personagem secundário em "Halo": ele era o jogador, o cara com a arma na mão, enquanto outros personagens, como o Árbitro, o Team Noble e mesmo Cortana, mostravam nuances de personalidade. Em "Halo 4", pela primeira vez, você vai se importar com o herói e isso é um grande feito - e um sinal do que vem por aí, nos próximos dois jogos desta trilogia.

Essa trama mais intimista não significa a ausência de ameaças cósmicas, uma grande guerra em formação ou de um ritmo menos intenso nas batalhas. Pelo contrário: a história de Master Chief e Cortana pontua essas cenas e dá um peso maior ao que acontece.

No fim das contas, "Halo 4" é a história de um humano que está se tornando uma máquina e de uma máquina virando humana.

Com "Halo 4", a 343 Industries produziu um dos mais belos jogos já vistos no Xbox 360. Os gráficos de "Halo 4" são extremamente detalhados, tanto nas paisagens alienígenas quanto no interior de suas naves e instalações. O próprio Master Chief é cheio de detalhes antes difíceis de notar dentro do jogo - os diferentes materiais que compõem sua armadura, as bordas do capacete e vários outros.

As armas contam com animações caprichadas tanto nos disparos quanto na hora de recarregar, com destaque para o arsenal Promethean, que, se não é tão diferente dos armamentos da UNSC ou do Covenant em efeito, com certeza é em acabamento. Assistir a pistola de raios desmontar-se e ser reconstruída no ar durante a recarga nunca fica cansativo.

A evolução gráfica é notável nos alienígenas, seja nos velhos conhecidos soldados Covenant ou nos recém-chegados Promethean, cheios de detalhes de seus trajes e corpos, iluminação e movimentação impressionante.

O principal elemento do jogo, sua mecânica de tiro, movimentação e recuperação de energia, permanece praticamente inalterada, com leves ajustes para aperfeiçoar a experiência. Com tantos jogadores dedicados ao multiplayer de "Halo" desde os primórdios do Xbox Live, preservar a jogabilidade já conhecida é o melhor que a 343 Industries poderia fazer.

Motivos para jogar novamente não faltam: seja habilitar as Conquistas de uma dificuldade mais elevada, buscar - e ativar - os vários Crânios escondidos pelo cenário ou mesmo encontrar os arquivos secretos, que trazem detalhes sobre o universo e a mitologia de "Halo". Você pode jogar sozinho ou com amigos, ou, mais provavelmente, se divertir por muito tempo nas partidas multiplayer.

Não deve ser surpresa para ninguém que "Halo 4" termine com um gancho para o próximo jogo, mas o melhor é que esse gancho será construído ao longo das próximas semanas, com a campanha episódica Spartan Ops.

Aqui você joga com os Spartans da Infinity, nave que tem papel fundamental na campanha principal de "Halo 4", em uma aventura ambientada seis meses após o fim do jogo. Cada episódio é dividido em 5 fases, Não vou entrar em detalhes sobre a história, mas há uma boa diversidade de situações e batalhas que podem ser superadas por um jogador dedicado, mas que são muito melhores na companhia de outros 3 amigos.

O primeiro episódio de "Spartan Ops" não é tão envolvente quanto a campanha principal de "Halo 4" ou o multiplayer tradicional, mas é como a primeira fase de outro jogo - será preciso esperar os próximos capítulos para apreciar a aventura em sua totalidade. Vale notar, nesses tempos de DLCs pagos disponíveis desde o lançamento dos jogos, "Spartan Ops" é um verdadeiro rebelde, totalmente incluso no pacote de "Halo 4". Aqui, você não paga nada a mais para jogar.

O multiplayer de "Halo 4" é automaticamente familiar para veteranos da série. Você tem várias modalidade de jogo, desde as clássicas Assassino e Assassino em Equipe até o Griffball, vinda direto das criações dos usuários da Fornalha nos "Halo" anteriores. Há arenas de vários tamanhos, algumas com veículos, outras em corredores fechados, onde a carnificina é mais rápida e inevitável.

Você possui vários 'loadouts', conjuntos de armas e equipamentos que vai habilitando conforme progride nas partidas. Alguns são velhos conhecidos, como o Holograma - que cria uma cópia de seu personagem para iludir os oponentes - mas há também recursos inéditos.

Um deles, a Visão Promethean, vinda direto da campanha solo, poderia estragar o jogo: você enxerga os rivais no mapa, inclusive atrás das paredes. Item perfeito para 'campers', exceto que não funciona por mais do que 3 segundos seguidos. O ideal é entrar em uma área, ativar a Visão Promethean para checar as redondezas e seguir em frente.

Assim como as novas armas, os itens de "Halo 4" são balanceados para manter o multiplayer frenético e competitivo que os veteranos de "Halo" já conhecem.
Nessa geração de consoles, "Halo" foi uma das primeiras franquias com localização completa - leia-se, menus, legendas e dublagem em português do Brasil. Com essa experiência, era de se esperar que "Halo 4" tivesse um trabalho soberbo de localização.  Porém, o jogo cai em alguns dos mesmos problemas de muitos títulos recentes, como a aparente falta de direção para seus dubladores e em alguns momentos, erros na sincronia labial.

Algumas frases soam fora de contexto, seja pelo tom de voz ou mesmo por confusões com termos do jogo. Em uma das primeiras fases, Cortana recebe uma transmissão de fonte desconhecida e diz: "Estou captando uma transmissão da Phantom". Phantom é uma nave em "Halo", mas no caso, a frase se referia a uma transmissão 'fantasma'.

Sobre as falhas de sincronia labial, não são constantes, mas acontecem em meio a excelentes cenas de corte, estragando uma obra que, de forma geral, é muito bem produzida. Faltou um cuidado maior com a qualidade da localização, ainda mais depois do excelente trabalho realizado em "Forza Horizon" e com o preço extra de R$ 20 no jogo, que cobre, entre outros gastos, essa localização.

Não entenda mal: os veículos de "Halo 4" não são ruins, pelo contrário, são parte integral da experiência 'sandbox' de suas batalhas. Poder pegar um Warthog e atravessar a arena com os colegas mandando bala no time rival, atropelar soldados do Covenant com o Ghost ou mesmo voar sobre os alvos, tudo isso é divertido e funciona exatamente como você espera, com ajustes ainda melhores do que em "Halo Reach".

Porém, há algumas sequências de veículos obrigatórias, em que você precisa fugir até o fim da fase, guiando um Ghost ou atravessar os céus em uma Broadsword. E é aqui que mora o problema: falta emoção nessas sequências. Mesmo com a Ghost à toda velocidade, a sensação é de um passeio no parque. Nos últimos anos, outros jogos - como "Gears of War 2", para ficar apenas em exclusivos do Xbox 360 - subiram o nível das fugas alucinantes e "Halo 4" não acompanha a escalada da adrenalina nessas horas.

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